quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Carta aos Jovens

Gen Ref José Batista de Queiroz
Você, que hoje está iniciando a carreira das armas, certamente já ouviu muitas coisas sobre governos militares. Ouviu falar de ditadura, tortura, arbitrariedade. Só ouviu coisas ruins. Nunca falaram dos guerrilheiros, de suas atrocidades, de seus atentados. Nunca lhe contaram a verdade. Por isso, quero deixar pra você esta mensagem de 50 anos de caserna. Sou isento e equidistante de todas as paixões. Os extremos sempre me fizeram mal. Nasci e me criei no sertão mineiro. Lá estudei e trabalhei como camponês. Convivi com pessoas simples. No campo, a simplicidade é verdejante como relva nas veredas.
Um dia, ingressei no Exército, onde me ensinaram novamente as coisas do sertão e muitas outras. No Exército, senti-me como alguém que escala a montanha e descobre a planície. Na planície, a democracia e o comunismo travavam uma luta de vida e de morte. A gente estava entre o mar e o rochedo. Era uma realidade muito distante da de hoje.
Minha opção foi pela democracia, onde a liberdade tem a sua morada. Ela me recordava o passado. Tinha a magia dos campos, dos rios, das florestas. Tinha o cheiro da virtude e a beleza da oração. Era o útero materno da liberdade. Já o comunismo me dava a sensação de brutalidade, de escravidão, de truculência. Representava um mundo sem encanto, sem primavera. Mais parecia um deserto sem oásis, um mundo sem prece e sem Deus. Era a matriz da heresia e do profano..
Com o tempo, percebi que a democracia tinha suas falhas, suas injustiças, suas misérias. Neste mundo nada é perfeito. O que me parecia mais certo era corrigir os erros, melhorar a democracia, fazê-la produzir bons frutos. Substituí-la pelo comunismo seria o mesmo que trocar o vale pelo deserto, a esperança pela incerteza. Bani-la é abdicar da liberdade. A sua grande deficiência não está no conteúdo, mas nas pessoas que a fazem, nas instituições que a governam. O que ela precisa é de pessoas que lhe dão vida, energia e justiça.
No início dos anos 60, o sonho do comunismo alastrou-se pelo mundo, como as heras se alastram pelos muros. Muitos países acreditaram no canto da sereia. Muitos povos sentiram-se atraídos por miragens. Quem está à morte acredita até no milagre do diabo. O canto socialista ecoou como serenata aos ouvidos das democracias fragilizadas e moribundas. O Brasil era uma delas. Estava mórbido e enfraquecido. Suas Instituições tinham a solidez das cascas. Mais parecia uma árvore retorcida no cerrado, pronta a se entregar ao sopro do vento, do que um coqueiro ereto na praia, resistindo à ventania do mar. O comunismo usou o bem dourado da democracia – a liberdade – para infectar a sociedade e carunchar as instituições.
Ele nunca abre mão da liberdade quando está na oposição, mas sempre a excomunga quando está no poder. O comunismo rejeita o contraditório. Não aceita oposição nem pluralidade. Só aceita o partido único. Todos os países comunistas da época eram assim e agiam desta forma. Fidel Castro mandou executar milhares de dissidentes cubanos e Stalin milhões de cidadãos russos. O crime que cometeram as vítimas era opor-se ao regime.
No Brasil, o comunismo avançava a passos largos, ameaçando de escuridão a democracia e de morte a liberdade. Seus defensores sonhavam com a União Soviética, com a China, com Cuba e com todos os países onde a bandeira da liberdade tinha sido arriada para sempre. Seus ideais não eram os mesmos daqueles muitos brasileiros que deixaram o seu sangue e a sua vida em solo europeu na luta contra a tirania hitleriana.
Essa ameaça comunista às tradições de nosso povo gerou uma reação da sociedade. Todos foram às ruas de mãos dadas, contra o esmagamento da democracia no Brasil. Sem tiro e sem morte, o povo celebrou a vitória. Vitória do navio contra as ondas do mar, do barco contra o banzeiro dos rios...
Os solistas do comunismo ficaram tristes, frustrados e solitários. Era o fim de uma ameaça e o começo de uma luta. Luta em prol de homens livres, de uma sociedade aberta. O funeral da democracia foi interrompido pela vontade de um povo. Essa realidade também ocorreu em vários países.
Inconformados com a derrota, os radicais do comunismo iniciaram uma luta armada. Praticaram atos de violência, torturas, assaltos, assassinatos. Queriam o poder à custa de sangue. Diziam lutar pela restauração da democracia. Seus aliados e patrocinadores, porém, eram países comunistas, onde milhares de cidadãos foram executados. Seus líderes eram Stalin e Fidel Castro. Seu ideal era conquistar o poder e incinerar a liberdade.
A democracia brasileira se restabeleceu. A incerteza deu lugar à esperança. O Brasil amadureceu e nós brasileiros também. O trabalho de todos era construir uma democracia mais sólida, mais justa, mais inclusiva.
Em meados dos anos 80, o mundo assistiu à derrocada do comunismo. Seus tempos de energia tinham chegado ao fim. Não era mais capaz de atrair nem empolgar as massas com seus dogmas. A essência de sua doutrina desmoronou-se aos olhos do mundo. Não passava de um castelo de areia.
No Brasil, até mesmo os comunistas mais radicais retiraram esse nome de suas siglas partidárias. Os militares recolheram-se aos quartéis, dedicando-se inteiramente às atividades profissionais. A Constituição de 1988 restabeleceu a plenitude democrática e o Estado de Direito. Os comunistas abandonaram a sua ideologia ortodoxa. Muitos migraram para outros partidos.
Em 2002, a esquerda chegou ao poder. O povo brasileiro assistiu a essa mudança com a naturalidade de um país amadurecido, preocupado em dar mais vigor à democracia, em construir um futuro melhor.
Ao contrário do comunismo, a democracia admite a alternância, a pluralidade, o contraditório. Alguns adversários, porém, aproveitando-se do poder, fazem tudo para obstruir a conciliação. Com espírito revanchista, querem a todo custo reinterpretar a Lei da Anistia e colocar militares no banco dos réus. Não estão interessados no futuro, mas no passado. Sua obsessão não são os problemas de milhões de brasileiros, mas a punição de meia dúzia de pessoas. Por meio delas querem atingir as Forças Armadas e todos os militares. Seu ideal não é a conciliação, mas a vingança, própria dos ditadores e dos regimes autoritários.
É muito difícil conviver com essas pessoas. Hoje se julgam donos do poder, donos do Brasil. Um dia, porém, não estarão mais lá. A democracia nos dá o direito da livre escolha. Uma escolha sem fraudes, sem mutilações. É o que desejamos e o que esperamos. Ela nos dá também esperança. A mesma dos rios que sonham com o mar, a mesma do sol que espera o dia. Esperança e futuro são indissociáveis. Estão ligados entre si como a montanha à planície, como o oceano à terra, como a vida à morte. As Forças Armadas são como águas que nunca param de correr. São Instituições permanentes, imantadas de vida, de tradições, de amor ao Brasil. Elas se destinam à defesa da Pátria, dos poderes constitucionais. É o que reza a Constituição. Elas representam a alma de nossa gente. Jamais permitirão afronta à Soberania e quebra da Unidade Nacional. Não são vontades destoantes e revanchistas que irão ofuscar as instituições militares. Por mais que queiram, não conseguirão sobrepor seu desejo de vingança ao espírito conciliador do nosso povo. Os homens são árvores que morrem, são vidas que acabam, são dias que anoitecem. Não são como as Instituições, que têm vida própria.
A democracia é mais forte do que eles. Ela é um patrimônio do povo brasileiro. É o altar onde brilha a nossa liberdade. É o núcleo de nossa história, a pedra que enfrenta o tempo. É na democracia que depositamos a nossa fé e esperança. Ela é o caminho de nosso destino e o desejo de nossa gente.
A maior arma da democracia não é a espada, mas o amor que o povo tem à liberdade. Esta é como o vento suave que roça o mar, a terra e o céu. Aquela é como a chuva forte que alimenta os campos, os rios e as matas.
A única maneira de nos afastarmos de ditaduras é aperfeiçoando o desempenho da democracia e iluminando o sorriso da liberdade.
P.S. Fica autorizada e publicação da presente carta.

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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Valores, Deveres e Ética Militares

A profissão militar caracteriza-se por exigir do indivíduo inúmeros sacrifícios, inclusive o da própria vida em benefício da Pátria. Esta peculiaridade dos militares os conduz a valorizar certos princípios que lhes são imprescindíveis. Valores, Deveres e Ética Militares são conceitos indissociáveis, convergentes e que se complementam para a obtenção de objetivos individuais e institucionais.

A CARREIRA MILITAR

" A carreira militar não é uma atividade inespecífica e descartável, um simples emprego, uma ocupação, mas um ofício absorvente e exclusivista, que nos condiciona e autolimita até o fim. Ela não nos exige as horas de trabalho da lei, mas todas as horas da vida, nos impondo também nossos destinos. A farda não é uma veste, que se despe com facilidade e até com indiferença, mas uma outra pele, que adere à própria alma, irreversivelmente para sempre".



VALORES MILITARES

As Instituições Militares possuem referenciais fixos, fundamentos imutáveis e universais. São os valores militares. As manifestações essenciais dos valores militares são:

Esses valores influenciam, de forma consciente ou inconsciente, o comportamento e, em particular, a conduta pessoal de cada integrante da Instituição. A eficiência, a eficácia e mesmo a sobrevivência das Forças Armadas decorrem de um fervoroso culto a tais valores.


PATRIOTISMO



- Amar a Pátria e defender a sua:
. soberania;
. integridade territorial;
. unidade nacional;
. paz social.
- Cumprir, com vontade inabalável:
. o dever militar;
. o solene juramento de fidelidade à Pátria até com o "sacrifício da própria vida".
- Ter um ideal no coração:
"servir à Pátria".

" Brasil acima de tudo!"
(Lema da Bda Inf Pqdt)
CIVISMO
- Cultuar:
. os Símbolos Nacionas;
. os valores e tradições históricas;
. a História-Pátria, em especial a militar;
. os heróis nacionais e os chefes militares do passado.
- Exteriorizar esse sentimento: participando, com entusiasmo, das solenidades cívico-militares; comemorando as datas históricas; cultuando os nossos patronos e heróis; preservando a memória militar e, sempre que oportuno, fazendo apologia aos valores cívicos.
- Os militares devem constituir um importante fator para a disseminação do civismo no seio da sociedade brasileira.

"Recebo o sabre de Caxias como o próprio símbolo da honra militar"
(Compromisso do Cadete da AMAN)
FÉ NA MISSÃO DO EXÉRCITO
- Amar o Exército.
- Ter fé na sua nobre missão de:
. defender a Pátria;
. garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem;
. cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil; . participar de operações internacionais.

"O Exército do presente é o mesmo povo em armas do passado:
o braço forte que garante a soberania
a mão amiga que ampara nos momentos difíceis."
AMOR À PROFISSÃO
- "Vibrar" com as "coisas" do Exército Brasileiro.
- Exteriorizar esse valor, permanentemente, pelo(a):
. entusiasmo; . motivação profissional;
. dedicação integral ao serviço;
. trabalho por prazer;
. irretocável apresentação individual;
. consciência profissional;
. espírito de sacrifício;
. gosto pelo trabalho bem-feito;
. prática consciente dos deveres e da ética militares;
. satisfação do dever cumprido.

"Ser soldado é mais que profissão:é missão de grandeza!"
(Inscrição no pátio interno da AMAN)


ESPÍRITO DE CORPO
- É orgulhar-se:
. do Exército Brasileiro;
. da Organização Militar onde serve;
. da sua profissão;
. da sua arma ou especialidade;
. de seus companheiros.

- Deve ser entendido como um "orgulho coletivo", uma "vontade coletiva."

- O espírito de corpo reflete o grau de coesão da tropa e de camaradagem entre seus integrantes.

- Exteriorizar esse valor por meio de: canções militares, gritos de guerra e lemas evocativos; uso de distintivos e condecorações regulamentares; irretocável apresentação e, em especial, do culto aos valores e às tradições de sua Organização.


"Não pergunte se somos capazes, dê-nos a missão!"
(Exemplo de lema de um Pelotão)





APRIMORAMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL

- Um exército moderno, operacional e eficiente exige de seus integrantes, cada vez mais, uma elevada capacitação profissional.

- O militar, por iniciativa própria ou cumprindo programas institucionais, deve buscar seu continuado aprimoramento técnico-profissional.

- Esse aprimoramento é obtido mediante:
. grande dedicação pessoal nos cursos, estágios e instruções (vontade de aprender);
. estudos e leituras diárias sobre assuntos diversos de interesse profissional (auto-aperfeiçoamento);
. manutenção da capacitação física;
. empenho no exercício diário de sua função (desempenho funcional).


"Por mais que evoluam a arte da guerra, a tecnologia das armas e a sofisticação dos equipamentos, a eficácia de um exército dependerá, cada vez mais, de seus recursos humanos. Soldados adestrados, motivados e bem liderados continuarão sendo o fator decisivo para a vitória."




Há coisas na vida que foram feitas mais para serem sentidas do que explicadas.
Por exemplo: ser soldado.
Pode-se perguntar:
"Que tipo de estímulo o leva a entregar-se aos sacrifícios sem a contrapartida de maior recompensa senão sentir-se realizado com a missão bem comprida?
"Ou então:
"Que o leva a saltar de pára-quedas, escalar montanhas, embrenhar-se na selva e na caatinga, cruzar os pantanais, vadear os rios e atravessar os pampas, indo a toda parte que a Pátria lhe ordenar, sem reclamar de nada?"
Impossível responder. Afinal, ser soldado é um estado de espírito."
...Vale a pena ser soldado!
Vale a pena ser do Exército Brasileiro!" E ninguém tente entender! Melhor apenas sentir..."







DEVERES MILITARES


Os deveres militares emanam de um conjunto de vínculos morais e jurídicos que ligam o militar à Pátria e à Instituição. São deveres militares:







Existem os deveres moral e jurídico.
Dever moral é o que se caracteriza por ser voluntariamente assumido, havendo ou não imposição legal para o seu cumprimento.
Dever jurídico é o imposto por leis, regulamentos, normas, manuais, diretrizes, ordens, etc.


DEDICAÇÃO E FIDELIDADE À PÁTRIA



- Dedicar-se inteiramente ao serviço da Pátria.

- Defender a sua honra, integridade e instituições.

- Priorizar o interesse da Pátria sobre os interesses pessoais ou de grupos sociais.

- Exteriorizar esse sentimento demonstrando, em todas as situações:
. o orgulho de ser brasileiro;
. a fé no destino do país;
. o culto ao patriotismo e ao civismo.


"... heróis a lutar, por um Brasil maior, na paz como na guerra, honrando as tradições de nossa terra."
(canção da Academia Militar das Agulhas Negras)






RESPEITO AOS SÍMBOLOS NACIONAIS


Os Símbolos Nacionais são:

Bandeira Nacional

Hino Nacional

Armas Nacionais

Selo Nacional


- O respeito aos Símbolos Nacionais, em especial à Bandeira e ao Hino, é expressão básica de civismo e dever de todos os militares.

- O culto à Bandeira Nacional é exteriorizado, normalmente, mediante: honras e sinais de respeito a ela prestados nas solenidades; o tradicional cerimonial de Guarda-Bandeira; a sua posição de destaque nos desfiles; o seu hasteamento diário nas nossas Organizações Militares e, também, o modo de guardá-la quando não estiver em uso.

- O respeito ao Hino Nacional é traduzido: pelas honras que lhe são prestadas nas solenidades militares; pelo seu canto, com grande entusiasmo e também pela postura que o militar toma quando ouve os seus acordes.


"Salve símbolo augusto da paz! Tua nobre presença à lembrança A grandeza da Pátria nos traz".
(Hino à Bandeira)




PROBIDADE E LEALDADE


- Probidade, entendida como:
. integridade de caráter;
. honradez;
. honestidade;
. senso de justiça.

- Lealdade, traduzida pela:
. sinceridade;
. franqueza;
. culto à verdade;
. fidelidade aos compromissos;
. Ou seja: a intenção de não enganar seus superiores, pares ou subordinados.


"Os militares devem manter, seja no serviço ou fora dele, na ativa ou na inatividade, uma conduta ilibada, em todas as situações"
(Estatuto dos Militares)




DISCIPLINA E RESPEITO À HIERARQUIA


- Constituem a base institucional das Forças Armadas.

- Disciplina, entendida como:
. rigorosa obediência às leis, aos regulamentos, normas e disposições;
. correção de atitudes na vida pessoal e profissional;
. pronta obediência às ordens dos superiores;
. fiel cumprimento do dever.

- A disciplina deve ser consciente e não imposta.

- Hierarquia, traduzida como a ordenação da autoridade em diferentes níveis . É alicerçada:
. no culto à lealdade, à confiança e ao respeito entre chefes e subordinados;
. na compreensão recíproca de seus direitos e deveres;
. na liderança em todos os níveis.


"Cadete, ides comandar, aprendei a obedecer!"
(Inscrição no pátio interno da AMAN)




RIGOROSO CUMPRIMENTO DOS DEVERES E ORDENS


- Tem como fundamentos a disciplina e a hierarquia.

- É honrar o solene juramento de cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado.

Exemplo de rigor no cumprimento de uma ordem:


Diálogo em combate

Capitão para Tenente:
- O inimigo não pode transpor essa ponte à sua frente, caso contrário a missão do nosso Batalhão ficará comprometida.
Resista com seu Pelotão, na defesa desse ponto forte, por duas horas, pois é o tempo da nossa Companhia chegar em reforço.
A missão tem que ser cumprida a qualquer custo. Alguma dúvida ?
Tenente:
- Não senhor. Asseguro-lhe que a missão será cumprida.
Capitão:
- "Brasil!"
Tenente:
- "Acima de tudo!"




TRATO DO SUBORDINADO COM DIGNIDADE


- Trato do subordinado com bondade, dignidade, urbanidade, justiça e educação, sem comprometer a disciplina e a hierarquia .

- Incentivo ao exercício da liderança autêntica que privilegie a persuasão em lugar da coação e que seja conquistada não pelo paternalismo, mas pela competência profissional, aliada à firmeza de propósitos e à serenidade nas atitude.

- Importância do exemplo pessoal, do desprendimento e do respeito ao próximo, demonstrados pelos chefes em todos os escalões, como incentivo à prática de atitudes corretas por parte de cada um.

- Não confundir rigor com mau trato, nem bondade com "bom-mocismo".


"...tratar com afeição os irmãos de arma e com bondade os subordinados".
(Compromisso militar)





A vocação é a fonte de todas as virtudes militares".






ÉTICA MILITAR


É o conjunto de regras ou padrões que levam o militar a agir de acordo com o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe.
Ela impõe, a cada militar, conduta moral irrepreensível.






CONCEITUAÇÕES

Sentimento do dever – refere-se ao exercício, com autoridade e eficiência, das funções que lhe couberem em decorrência do cargo, ao cumprimento das leis, regulamentos e ordens e à dedicação integral ao serviço.
Honra Pessoal – refere-se à conduta como pessoa, à sua boa reputação e ao respeito de que é merecedor no seio da comunidade.
É o sentimento de dignidade própria, como o apreço e o respeito que o militar se torna merecedor perante seus superiores, pares e subordinados.
Pundonor Militar – refere-se ao indivíduo como militar e está intimamente relacionado à honra pessoal.
É o esforço do militar para pautar sua conduta como a de um profissional correto, em serviço ou fora dele.
O militar deve manter alto padrão de comportamento ético, que se refletirá no seu desempenho perante a Instituição a que serve e no grau de respeito que lhe é devido .
Decoro da Classe – refere-se aos valores moral e social da Instituição (Exército Brasileiro) e à sua imagem ante a sociedade.
Representa o conceito social dos militares.












I – Cultuar a verdade, a lealdade, a probidade e a responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal.

II – Exercer, com autoridade e eficiência, as funções que lhe couberem em decorrência do cargo.

III – Respeitar a dignidade da pessoa humana.

IV – Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades a que estiver subordinado.

V – Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados.

VI – Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico e, também, pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum.

VII – Dedicar-se integralmente ao cumprimento do dever.

VIII – Praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito de cooperação.

IX – Ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada.

X – Abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza.

XI – Cumprir seus deveres de cidadão.

XII – Proceder de maneira ilibada em todas as situações.

XIII – Observar as normas da boa educação.

XIV – Garantir assistência moral e material aos seus dependentes legais.

XV – Conduzir-se, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro militar.

XVI – Abster-se de fazer uso do grau hierárquico para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros.

XVII – Abster-se do uso das designações hierárquicas em atividades que venham a comprometer o bom nome das Forças Armadas; e

XVIII – Zelar pela observância dos preceitos da ética militar.
A violação dos Deveres, Valores e Ética Militares constitui, normalmente, crime ou transgressão disciplinar e é fator impeditivo para a concessão das condecorações da Ordem do Mérito Militar, Medalha Militar, Pacificador, Praça Mais Distinta e outras.





"Os povos que desdenham as virtudes e não se preparam para uma eficaz defesa do seu território, de seus direitos e de sua honra, expõem-se às investidas dos mais fortes e aos danos e humilhações conseqüentes da derrota".

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Dia do soldado

Nós somos da Pátria a guarda,

Fiéis soldados,

Por ela amados.

Nas cores de nossa farda

Rebrilha a glória,

Fulge a vitória.

Em nosso valor se encerra

Toda a esperança

Que um povo alcança.

Quando altiva for a Terra

Rebrilha a glória,

Fulge a vitória.

A paz queremos com fervor,

A guerra só nos causa dor.

Porém, se a Pátria amada

For um dia ultrajada

Lutaremos sem temor.


Como é sublime

Saber amar,

Com a alma adorar

A terra onde se nasce!

Amor febril

Pelo Brasil

No coração

Nosso que passe.

E quando a nação querida,

Frente ao inimigo,

Correr perigo,

Se dermos por ela a vida

Rebrilha a glória,

Fulge a vitória.


Assim ao Brasil faremos

Oferta igual

e amor filial.

E a ti, Pátria, salvaremos!

Rebrilha a glória,

Fulge a vitória.

A paz queremos com fervor...

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Guerreiros do Brasil













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Dia do soldado!!!













Comemora-se, nessa terça-feira, o Dia do SOLDADO.





Para o grosso da população deste país a data passa em branco. Por oitenta a noventa por cento dos Brasileiros seremos ignorados. A gente comum, aqueles que povoam as ruas desta nossa Nação, nem sabe que existimos. No máximo reconhecem um SOLDADO no Policial Militar que anda nas ruas. Por tal ignorância culpo um pouco as atividades das organizações militares (Comunicação Social) encarregadas de informar à população sobre as destinações de singulares patrícios que envergam farda.
Pessoa alistada no exército ou nas forças policiais estaduais - Militar sem graduação; PRAÇA. [Ver quadro Hierarquia Militar Brasileira] - Indivíduo que luta por uma ideologia, um ideal etc. (SOLDADO do socialismo); defensor; partidário. Aquele que serve a soldo; estipendiário; mercenário... Essas são algumas definições do substantivo SOLDADO (Dicionário Caldas Aulete).
Em função disso, o povo brasileiro, através dos formadores de opinião, optou por aceitar e utilizar apenas as menos importantes, as mais simplórias. Com o quê, obviamente, não concordo. Estou entre aqueles que não se envergonha de ser um SOLDADO. Tenho meus ideais e acredito no meu país. Não me afasto das coisas que, para mim, tenho como verdadeiras. Temos o destino de sermos uma grande Nação. Posso não concordar com o que tenha acontecido ou esteja acontecendo com as cabeças que dirigiram ou dirigem o Brasil. Na imperfeição do ser humano temos o direito de errar e a obrigação de acertar. Na escala social na qual estivermos localizados temos que fazer a nossa parte. Se tivermos condições de influir nas coisas que nos são destinadas, é nosso DEVER tentar influir. Se minhas palavras chegarem ao conhecimento de quem tem o PODER de mudar as coisas, que tais pessoas reflitam. O direito delas, enquanto, cidadãos, é igualzinho ao meu. Se eles são SOLDADOS da política, da administração correta, do direito, eu sou SOLDADO do militarismo.
Tenho meus ideais, repito, e deles não me afasto. Estamos aí. Pelo menos em tese fazemos parte de uma casta. Do mais moderno recruta ao mais antigos dos nossos oficiais-generais. A farda que nos veste não apenas dignifica o nosso corpo: nosso corpo também dignifica a farda. Somos cônscios do nosso papel e temos que fazer o que a nós toca. Já disse antes que, meninos ainda, fizemos um Juramento à Bandeira. A Bandeira é um Símbolo Nacional. Nessa categoria, ela representa o nosso país. Jurar à ela é jurar ao Brasil. Antes desse solene ato, somos cidadãos comuns. Depois dele, temos muito mais deveres do que direitos. Todos os militares prestam o Juramento. Isso nos coloca num universo à parte, torna-nos mais ligados num pensamento comum. É o que nos identifica como SOLDADOS.
Por pensar dessa maneira é que concito todos a uma reflexão na próxima terça-feira. Será que estamos fazendo mesmo o que o nosso País espera de nós? Estamos trabalhando com a verdadeira consciência do quê é que somos? Pensamentos mesquinhos que possam estar querendo povoar nossas cabeças encontram a resistência que se espera que exista numa pessoa de bem? Como é que estamos tratando aqueles que nos cercam, sabedores que são da nossa formação militar? Temos, sim, que seguir pensando continuamente sobre o quê a sociedade espera da gente. Devemos que estar, todos os dias, prontos para agir. E digo isso sem distinguir ativos de inativos. Fomos formados para uma finalidade. Que se mantém entranhada na nossa pele e está sempre latente. Afinal de contas, ser SOLDADO, no sentido completo do termo, não é para qualquer um. Ser SOLDADO é estado de espírito, é doação constante. Ser SOLDADO, para ser bastante sucinto, é ser SOLDADO.
Portanto, estaremos de parabéns na próxima terça-feira, assim como devemos estar nos parabenizando por todos os dias das nossas vidas. Orgulho-me de ser como todos Vocês.


Esta postagem pertence ao blogueiro Petrocchi, do Portal Militar.


Salve 25 de agosto. DIA DO SOLDADO!




Sábias as palavras de meu companheiro de farda, por isso sinto orgulho de colocá-las aqui.

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Um novo alguém...

A convite do meu camarada Sniper (nome preservado né véi?... hehehe), a partir de hj sou ser um dos colaboradores do Pé de Poeira. Meu nome é Escuridão. Deixaremos informações aqui sobre nosso amado Exército Brasileiro, mas tb estaremos falando sobre coisas do cotidiano da vida militar e tb sobre o cotidiano de pessoas comuns.

Voltando um pouco ao passado, começo falando do inicio de nossa relação (???) de amizade. Conheci o cara em um dos dias mais importantes da minha vida, o dia em que engressamos na EsPCEx (a muitos anos atrás... hehehe). A primeira impressão que tive, que ele era um cara sem coração, sim, verdade, o cara desde moleque tinha cara de mal, cara de infante, logo de cara falou do que almejava na carreira como militar, que não podia fazer feio, pq a familia inteira é militar e não seria ele que iria envergonhar o nome que carregava. Foi um ano dificil pra mim, mas ele sempre me ajudou em tudo, ate quando quis desistir, ele disse que dissistiria junto comigo se fosse preciso. Passamos 5 anos juntos (???), um segurando a neuras do outro. Quando estavamos no 3º ano, chegou a tão temida(???) escolha da arma, ele já estaa decidido, seria da INFANTARIA, eu estava sobre o muro, pois minha familia queria que eu fosse cavalariano, como me pai e avô, mas eu tenho sangue de infante, e ai não deu outra, virei infante com muito orgulho. EsPCEx, AMAN, depois Básico PQD, ai cada um tomou um rumo na vida, não conseguimos escolher a mesma unidade militar, ele foi pra Humaitá - AM, e eu fui pra Altamira - PA, ambos viramos selváticos. O Sniper sempre será meu eterno canga... hehehe.

Atualmente estou em Goiania, pra qem sabe o que tem aqui, é apenas uma dica de onde estou... hehehe. Não vou postar muita coisa nesse post inicial. Mas em breve voltarei com mais informações.

Até breve.

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domingo, 23 de agosto de 2009

Código do Guerreiro

- Um guerreiro procede estrategicamente, conhece a arte de lutar sem lutar, de se defender apenas se protegendo. Mas se resolver atacar, seu toque será tão pesado como de uma montanha.
- Adaptabilidade. O guerreiro muda sua maneira de ser tantas vezes quantas forem necessárias. Ele conhece a arte da adaptação e se molda facilmente ao meio.
- Um guerreiro respeita as forças que dirigem nossas vidas e nossas mortes. Ele nunca pensa que sua vida vai durar para sempre, sabe que a morte está somente a um braço de distância, assim como tem sempre presente a morte como conselheira.
- Agirá não só como o caçador que deve conhecer os hábitos de sua presa, mas também saberá que há forças neste mundo que regem a vida dos homens, dos animais e tudo o que é vivo. O que você chama de sonho, para um guerreiro é real. O que você chama de vida, para um guerreiro é somente um sonho e como sabe que um sonho é só uma ilusão passageira, não será um tolo. Caçará a sabedoria pois ela é a fonte de poder. Pois assim não terá tempo nem vontade de fingir, de mentir a si mesmo ou dar um passo equivocado. Sabe que o tempo é muito precioso para isso.
- Serenidade e uma quietude controlada são as marcas de um guerreiro. Assim ele será guiado por um propósito inflexível podendo facilmente vencer quaisquer desafios.
- Procurar perfeição e harmonia do espírito, do corpo e da mente é o único empreendimento que o guerreiro considera digno. Esta disposição exigirá controle sobre si e, ao mesmo tempo, sentimento de entrega total a vida e as coisas da vida. Seu cálculo será preciso e isso é controle. Mas, uma vez terminados seus cálculos, ele age, entrega-se. Isso é desapego. Um guerreiro não é uma folha ao vento. Ninguém pode empurrá-lo; ninguém pode obrigá-lo a fazer coisas contra si ou contra o que considera errado.
- Um guerreiro pode ser ferido, mas não ofendido. Para um guerreiro não há nada ofensivo nos atos de seus semelhantes, enquanto ele estiver agindo dentro da disposição correta.
- O homem é apenas a soma de seu poder e modo de ser pessoal e a soma de ambos determina como ele vive e como ele morre. O segredo disto reside não no que você faz consigo, mas no que você não faz. O procedimento do guerreiro é impecável.
- Uma regra simples: o guerreiro sabe que está esperando e o que está esperando. Enquanto espera, não precisa de nada e assim qualquer coisa que ele receba é mais do que pode esperar.
- Um guerreiro tem de usar a vontade e a paciência para esquecer. Na verdade, um guerreiro só tem a sua vontade e a sua paciência e com elas constrói o que quiser. A vontade é o que pode fazê-lo vencer quando seus pensamentos lhe dizem que está vencido. A vontade é o que o torna invulnerável, afinal quem teme perder já está vencido.
- Com a consciência em sua morte, com seu desprendimento e com o poder de suas decisões, um guerreiro organiza a sua vida de maneira estratégica. O conhecimento de sua morte o orienta e o torna desprendido e secretamente sensual. O poder de suas decisões finais o torna capaz de escolher sem remorsos e o que ele escolhe é sempre estrategicamente o melhor. Assim ele executa tudo o que precisa com sua vontade e com uma eficiência sensual.
- A vida para um guerreiro é um exercício de estratégia. Um guerreiro não se importa com o significado de sua vida, porquanto que seja um aprendiz da adaptabilidade e da impecabilidade do ato. Suas ações jamais são fúteis, nem tem pressa para aquilo que precisa ser bem trabalhado. Mantém o foco de sua mente em todas as suas atividades, sem carregar fardos que não irá suportar, mas somente aqueles que compreende que irá superar. Ele só deve estar preparado para combater, sem caprichos nem reclamações, nem espera vencer, nem espera perder, pois na perda ou na vitória sempre haverá uma lição. O espírito do guerreiro só é dado à luta e cada embate será como a última batalha na Terra. Assim, o resultado lhe importa muito pouco. Em sua última batalha na Terra, o guerreiro deixa seu espírito morrer, livre e claro. E enquanto trava sua batalha, sabendo que sua vontade é impecável, o guerreiro vê-se envolto sempre numa grande batalha. Suavidade se interpõe as durezas de seu aprendizado, afinal são as brisas que perfumam seu mundo. A flexibilidade do galho da árvore permite que a neve caia ao chão. Suavidade e flexibilidade, eis a chave!
- Preocupe-se e pense antes de tomar qualquer decisão, porém, uma vez tomada, siga seu caminho livre de preocupações e pensamentos; haverá mil outras decisões ainda à sua espera. É assim a maneira do guerreiro. Esvaziar sua mente quando as coisas se turvam.
- O guerreiro se faz feliz e assim, se faz forte. O homem comum se importa em saber se as coisas são verdadeiras ou falsas, mas um guerreiro não, pois sabe que não existe nenhuma verdade e nenhuma falsidade desde que exista a pureza do ato.
- Um guerreiro vive sua vida estrategicamente, não perde uma ínfima oportunidade que aparece diante de seus olhos.
- Os guerreiros escolhem seu campo de batalha. Um guerreiro nunca entra na batalha sem saber o que o cerca. Isto o capacita para uma faculdade infinita de improvisação.
- Um guerreiro aceita seu destino, seja qual for e o aceita na mais total humildade. Aceita com humildade aquilo que ele é, não como fonte de pesar, mas como um desafio vivo. Não curva a cabeça para ninguém, mas ao mesmo tempo não permite que pessoa alguma curve a cabeça para ele.
-Um guerreiro tende a ser fluido e mudar em harmonia com o mundo que o rodeia, seja o mundo da razão ou o mundo da vontade. Ser um guerreiro significa ser humilde e alerta. Sua intenção é o portão do meio. Assim não se sentirá desamparado, nem confuso, nem assustado em nenhuma circunstância. Muitos poucos estariam dispostos a escutar e dentre esses poucos que escutam, um número ainda menor estaria disposto a agir, menos ainda têm suficiente poder pessoal para aproveitar seus atos. Perca a importância própria, assuma a responsabilidade e vise a morte como conselheira.
- A liberdade que tem um guerreiro é ou agir de modo impecável ou agir como idiota. A impecabilidade é realmente o único ato que é livre e assim a verdadeira medida do espírito do guerreiro.
- Um guerreiro reconhece sua dor, mas não se entrega a ela.
- A alegria de um guerreiro vem de ter aceitado o seu destino e ter avaliado lealmente o que o espera. A tristeza pertence apenas àqueles que detestam aquilo mesmo que abriga seus seres. Um guerreiro não procura nada para consolar-se. Um guerreiro nunca pode deixar nada ao acaso; o guerreiro altera o resultado dos acontecimentos pela força de sua percepção e seu propósito inquebrantável. Porém, não se decepciona quando não consegue mudar.
- Um guerreiro espreita qualquer coisa, inclusive a si mesmo, do mesmo modo que o caçador espreita a caça, estuda seus hábitos até conhecer todas suas fraquezas e depois salta sobre elas e as encarcera como coelhos dentro de uma gaiola. Nada há nesse mundo que não se possa enfrentar, afinal um guerreiro já se considera morto, pois sabe que começou a morrer a partir do dia que nasceu, de modo que nada tem a perder.
- Os guerreiros não conquistaram suas vitórias batendo com a cabeça de encontro aos muros e sim, conquistando os muros, saltando sobre eles, sem destruí-los. Um guerreiro age como se nada tivesse acontecido, porque não acredita em nada e no entanto aceita tudo pelas aparências. Aceita sem aceitar e despreza sem desprezar. Nunca acha que sabe, nem sente que nada aconteceu. Age como se estivesse...
- Um guerreiro deve abandonar a forma humana a fim de se modificar de verdade. Nada se pode mudar se não se abandona a forma anterior. Um guerreiro sabe que não pode mudar nada e então trata de mudar a si mesmo, assim a vantagem do guerreiro sobre o homem comum, é que o guerreiro nunca se decepciona quando não consegue mudar.
- A autoconfiança do guerreiro não é a mesma que a do homem comum. Este busca a certeza aos olhos do espectador e chama a isso autoconfiança. O guerreiro busca a impecabilidade a seus próprios olhos e chama a isso humildade. O homem comum está agarrado a seus semelhantes, enquanto o guerreiro só se agarra a si mesmo.
- A diferença entre a autoconfiança do homem comum e a humildade do guerreiro é a seguinte: "A confiança em si significa saber algo com certeza, a humildade significa ser impecável em suas ações e sentimentos."

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Exército, a verdade incontestável



O Brasil cresceu assustadoramente, de forma planejada e estratégica durante o regime militar, chegando a 60% ao ano no governo Médici.
Hoje só ganhamos do Haiti, e ele está em guerra civil.
Os únicos crimes que existiam na época eram assaltos a bancos, alguns assassinatos de militares, policiais, bancários e seqüestros de embaixadores (todos praticados pelas guerrilhas urbana e rural esquerdista), além de crimes passionais.
Não se tem notícia da existência do narcotráfico, e nem das guerras dos traficantes naquela época. Existiam furtos, mas não assaltos a mão armada que merecessem um mínimo de destaque.
Nunca veríamos policiais serem executados covardemente, de forma sistemática, por membros de partidos de esquerda ou PCC. Aliás, naquela época simplesmente não existiria o PCC, e todos sabem porque.
Os juros bancários eram perfeitamente suportáveis e quem comprou algum bem financiado na época sabe que é verdade.
Entre os projetos estruturais, foi fundado o MOBRAL, O FUNRURAL, o BNH, e implantada a MERENDA ESCOLAR em TODAS as escolas do Brasil e das indústrias no Norte/Nordeste. Não há nenhum outro programa governamental de cunho social nos regimes tidos como democráticos que tenha atingido a tantos milhões de brasileiros como esses, preservando a dignidade do necessitado, sem o cunho humilhante e eleitoreiro de “bolsa-família”.
Toda a malha rodoviária que corta o País e o sustenta ainda hoje foi criada nos governos militares. Sem falar em Itaipu, a qual sem ela, hoje, seríamos uma republiqueta de bananas, e na energia nuclear, que nos tornaria soberanos, se o projeto Solimões não tivesse sido sabotado por presidentes traidores; e ainda assim, ela contribuirá para a geração de energia ao País, como vemos agora sendo reativada, pelo atual governo. Mas seguindo o planejamento já feito pelas FFAA no regime militar.
Sem detalharmos a implantação das indústrias de base metalúrgica, da aeroespacial, da aeronáutica, da de armamentos, da petroquímica, do resguardo das jazidas minerais, dos projetos Sivam, MEC e Calha Norte, e da afirmação do Brasil como potência industrial-militar regional.
Tudo obra dos militares no poder. Enfim, todos que temos consciência e sabemos que os melhores tempos da competência administrativa pró um Brasil soberano se perderam no passado.
Assim como sabemos que o projeto de poder das “esquerdas” brasileiras, na verdade, se resumia a locupletação ilícita pessoal, com assaltos, não mais aos bancos, mas aos cofres públicos (vide primeiro governo Lula e os marginais da cúpula petista).
A citação desses programas de governos do regime militar é apenas uma pequena síntese, já que existiram muitos outros, de igual importância, e quase todos estratégicos ao País.
Os quais posteriormente, através de presidentes ineptos e corruptos, foram desativados por pressão dos EUA, com riscos, inclusive, de perda de soberania territorial, como vemos na Amazônia atualmente.
Em 30 anos de governo militar, qual militar ficou rico?
- Castelo Branco deixou apenas uma modesta casa em Fortaleza e seu soldo de general como herança;
- Costa e Silva deixou o apartamento que já possuía (recebido por herança), no Leblon e seu soldo de general;
- Garrastazu Médici deixou um apartamento no Rio e um sítio no Rio Grande do Sul, que possuía desde antes de 1964, e seu soldo de general. No apartamento recentemente faleceu a sua viúva, prejudicada pelo calor, pois não havia ar- condicionado.
- Ernesto Geisel deixou sua casa em Teresópolis e seu soldo de general, apesar de ter sido também o presidente da Petrobrás;
- J.B. Figueiredo deixou um apartamento no Rio e um sítio em Nogueira, sendo ambos adquiridos antes de 1964.
Todos viveram muito modestamente, e recolhidos ao convívio familiar após os seus mandatos presidenciais.
Como síntese do militar brasileiro, podemos citar o general Heleno, que a despeito dos riscos para com sua valorosa carreira, coloca a preocupação com a soberania nacional acima de seus interesses pessoais.
Dá para imaginar algum político desse governo tomando essa atitude?
Hoje, os que maldosamente criticam as Forças Armadas, o fazem a serviço de interesses inconfessáveis, ou por esquecerem que só o podem fazer por possuirem um País onde vivem, cujo território existe, pela ação dissuasiva de nossos militares ao longo de séculos.
Ou alguém acha que o Brasil ainda tem esse tamanho todo, porque nossos vizinhos gostam de nós?

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sábado, 22 de agosto de 2009

LEMBRANÇAS DA GUERRA!!!

Imaginemos, portanto. Atrás um cemitério, várias cruzes perdendo-se ao longe, mediante aquelas cruzes, a última voz que diria assim:



Imensa formação de brancas cruzes

Desfile mortuário de fantasmas

Exótico mercado de miasmas

Expansão de ossadas e de urzes

Calado e mudo, queda-se o canhão.

Apenas trevas cobrem esta amplidão

Que outrora foi um campo de batalha

Calada e muda queda-se a metralha

É morta na garganta a voz do adeus

O sabre nos reluz dilacerado

E ensangüentando a terra

A paz voltou.

É terminada a guerra

Os heróis tombaram nas alturas

Os feitos bravos, feitos olvidados

Tudo hoje relegados

Nada mais resta, apenas sepulturas.

Cruzes iguais, terrivelmente iguais.

Exército que cresce mais e mais

O festim diabólico da morte

Aqui jaz um covarde, ali um forte.

Aqui tombou um estranho

Ali estou eu, mas ninguém sabe.

Como que morreu

Nem todas hoje lembram dos soldados

Estão longe, bem longe sepultados.

Minha mãe?! Minha querida mãe

Se tu soubesses

Que teu nome adornei com flores

E essas flores foram minhas preces

Preces colhidas no jardim das dores

Minha querida mãe

Se te contasse

O medo que senti sem teu carinho

Um medo horrível de morrer sozinho

O medo mesmo que o medo me matasse

Mas deixei meu abrigo e avancei

Ouvi julgado pela morte a cada passo

Ouvi o sibilar dos estilhaços e parei

Pensei em ti e...continuei

Minha querida mãe

Se te dissesse

Por onde derrubou-me uma granada

E atirou-me na terra ensangüentada

Foi por ti que chamei desesperado

Por um momento eu deixei de ser soldado

E novamente era uma criança

Senti na morte uma esperança

De ainda adormecer no teu regaço

Minha querida noiva, por que choras?

Lembras-te por certo as boas horas

Que passamos juntos

Só nós dois.

Íamos casar, lembras-te?

E depois? Depois uma casa retirada

Cortina na janela enfeitada

Tu me esperando e eu vindo do quartel

A nossa casa pequenino céu aberto

Vinda de um herdeiro

Meu sonho?

Meu sonho derradeiro

Foi eu te beijar antes de morrer

Um golpe rude de granada

E eu beijei apenas terra ensangüentada

Minha mãe, minha noiva,

Aqui encerra uma história de sangue

Essa é a guerra...

Não chorem

Tudo é terminado rápido

Como coisa de soldado

Mas mamãe, Se novamente a torpe da humanidade

Na busca insana da verdade

Vibrem faces, tambores sobre a terra

Anunciando sangue de outra guerra

Se outro filho a pátria te pedir, Sem lágrimas, mamãe, deixa-o ir

Embora te destrua o coração

Embora te quebre em agonia

Por favor, mamãe,

Pede a esse irmão

Que seja também de INFANTARIA!!!

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Ser Infante....



"Ser Infante, mais que um simples combatente
É lutar pela conquista das vitórias
Sem ter tempo para abrigar na mente
Anseios próprios de honras e de glórias.
Ser Infante é viver no sacrifício
É fazer do corpo um instrumento forte
Indiferente às dores do nobre ofício
Para cumprir missão, conviver com a morte.
Ser Infante é dar exemplo consciente
Na instrução, no serviço ou no combate
É ser humilde, desprendido, valente
Amigo sincero, aberto ao debate.
Ser Infante é compreender a dimensão
Do conjunto que o enquadra na batalha.
Companhia, Batalhão ou Divisão
Sofrerão, de qualquer modo, sua falha.
Ser Infante é dedicar-se ao Soldado
Figura maior no cenário da guerra
Aquele que briga, em grupo ou isolado
E marca presença com sangue na terra.
Ser Infante é vibrar no anonimato
Dos sucessos que pertencem a todos nós
É chorar, só, em silêncio, o rude fato:
A metralha que calou mais uma vez.
Ser Infante é superar-se no fracasso
Pois, na vida, ele é coisa eventual
Para os bravos é só o primeiro passo
De uma nova caminhada triunfal.
Ser Infante é sublimar-se na vitória
Dando ao Homem o respeito que merece
Escrevendo, honradamente, a História
E louvando ao Senhor com sua prece.
Ser Infante, é, sobretudo, confiança
Nos que mandam e nos que devem obedecer
É ter fé na empreitada a que se lança
A todo custo, cumprir o seu dever.
Ser infante é viver para servir
Mantendo acesa a chama que ilumina
Toda esperança que temos no porvir.
Ser Infante é uma dádiva divina."




Infantes da ativa e da reserva, de qualquer idade, carregam em comum o espírito
da arma: denodo, perseverança, despojo para o sacrifício em proveito do
cumprimento da missão, mas, acima de tudo, um alto senso de camaradagem.
Exercitando a camaradagem é que o soldado de infantaria consegue encontrar
forças para lançar-se nas mais tenebrosas missões onde o confronto direto com o
inimigo é o mais significativo exemplo de coragem e desprendimento de um ser
humano. Tudo porque o infante sabe que nunca está só. Quem está ao seu lado
compactua com os mesmos sentimentos e está disposto aos mesmos sacrifícios,
cujas virtudes foram consolidadas no longo convívio dentro e fora da caserna.
Eis porque os infantes de todas as idades, da ativa e da reserva, precisam
manter-se unidos. Mas, acima de tudo, os infantes desejam e aspiram esta aproximação,
auscultada em manifestações pessoais freqüentes quando companheiros se
encontram. O coração do infante, por mais vivido que seja, anseia por confirmar em
cada encontro com os companheiros os ideais que orientaram a sua opção na carreira
das armas.

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Conheça a profissão militar!!!


"Senhor, umas casas existem, no vosso reino onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã, a um toque de corneta, se levantam para obedecer. De noite, a outro toque de corneta, se deitam obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida.
Seu nome é sacrifício. Por ofício desprezam a morte e o sofrimento físico. Seus pecados mesmo são generosos, facilmente esplêndidos. A beleza de suas ações é tão grande que os poetas não se cansam de a celebrar. Quando eles passam juntos, fazendo barulho, os corações mais cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. A gente conhece-os por militares...
Corações mesquinhos lançam-lhes em rosto o pão que comem; como se os cobres do pré pudessem pagar a liberdade e a vida. Publicistas de vista curta acham-nos caros demais, como se alguma coisa houvesse mais cara que a servidão.
Eles, porém, calados, continuam guardando a Nação do estrangeiro e de si mesma. Pelo preço de sua sujeição, eles compram a liberdade para todos e os defendem da invasão estranha e do jugo das paixões. Se a força das coisas os impede agora de fazer em rigor tudo isto, algum dia o fizeram, algum dia o farão. E, desde hoje, é como se o fizessem.
Porque, por definição, o homem da guerra é nobre. E quando ele se põe em marcha, à sua esquerda vai coragem, e à sua direita a disciplina". (MONIZ MARRETO- Carta a El-Rei de Portugal, 1893).


O Exército Brasileiro, desde a origem nos campos históricos dos Guararapes, em 1648, vem participando da construção do Brasil. As palavras de Moniz Barreto se referem de forma poética, mas irrefutável, às especificidades daqueles que abraçam a carreira das armas.
As dimensões continentais do Brasil, a sua representatividade no cenário mundial, as pendências e os contenciosos que envolvem até mesmo os países mais desenvolvidos denotam que a sobrevivência das nações depende, fundamentalmente, da capacidade de suas Forças Armadas sustentarem as decisões estratégicas do Estado, bem como de atuarem contra ameaças à sua integridade política.
Recursos humanos altamente qualificados, treinados, motivados e bem equipados são o fundamento da capacitação de qualquer Força Armada, refletindo o desejo da própria sociedade. As Forças Armadas são, portanto, o elemento final para a preservação dos interesses vitais de uma nação.


CARACTERÍSTICAS DA PROFISSÃO MILITAR


Risco de vida:

Durante toda a sua carreira, o militar convive com o risco. Seja nos treinamentos, na sua vida diária ou na guerra, a possibilidade iminente de um dano físico ou da morte é um fato permanente de sua profissão.O exercício da atividade militar, por natureza, exige o comprometimento da própria vida.


Sujeição a preceitos rígidos de disciplina e hierarquia:

Ao ingressar nas Forças Armadas, o militar tem de obedecer a severas normas disciplinares e a estritos princípios hierárquicos, que condicionam toda a sua vida pessoal e profissional.

Dedicação exclusiva:

O militar não pode exercer qualquer outra atividade profissional, o que o torna dependente de seus vencimentos, historicamente reduzidos, e dificulta o seu ingresso no mercado de trabalho, quando na inatividade.


Disponibilidade permanente:

O militar se mantém disponível para o serviço ao longo das 24 horas do dia, sem direito a reivindicar qualquer remuneração extra, compensação de qualquer ordem ou cômputo de serviço especial.

Mobilidade geográfica:

O militar pode ser movimentado em qualquer época do ano, para qualquer região do país, indo residir, em alguns casos, em locais inóspitos e destituídos de infra-estrutura de apoio à família.

Vigor físico:

As atribuições que o militar desempenha, não só por ocasião de eventuais conflitos, para os quais deve estar sempre preparado, mas, também, no tempo de paz, exigem-lhe elevado nível de saúde física e mental.
O militar é submetido, durante toda a sua carreira, a periódicos exames médicos e testes de aptidão física, que condicionam a sua permanência no serviço ativo.

Formação específica e aperfeiçoamento constante:

O exercício da profissão militar exige uma rigorosa e diferenciada formação. Ao longo de sua vida profissional, o militar de carreira passa por um sistema de educação continuada, que lhe permite adquirir as capacitações específicas dos diversos níveis de exercício da profissão militar e realiza reciclagens periódicas para fins de atualização e manutenção dos padrões de desempenho.

Proibição de participar de atividades políticas:

O militar da ativa é proibido de filiar-se a partidos e de participar de atividades políticas, especialmente as de cunho político-partidário.


Proibição de sindicalizar-se e de participação em greves ou em qualquer movimento reivindicatório:

O impedimento de sindicalização advém da rígida hierarquia e disciplina, por ser inaceitável que o militar possa contrapor-se à instituição a que pertence, devendo-lhe fidelidade irrestrita. A proibição de greve decorre do papel do militar na defesa do país, interna e externa, tarefa prioritária e essencial do Estado.


Restrições a direitos trabalhistas:

O militar não usufrui alguns direitos trabalhistas, de caráter universal, que são assegurados aos trabalhadores, dentre os quais incluem-se:- remuneração do trabalho noturno superior à do trabalho diurno;- jornada de trabalho diário limitada a oito horas; - obrigatoriedade de repouso semanal remunerado; e - remuneração de serviço extraordinário, devido a trabalho diário superior a oito horas diárias.

Vínculo com a profissão:

Mesmo quando na inatividade, o militar permanece vinculado à sua profissão.Os militares na inatividade, quando não reformados, constituem a "reserva" de 1ª linha das Forças Armadas, devendo se manter prontos para eventuais convocações e retorno ao serviço ativo, conforme prevê a lei, independente de estarem exercendo outra atividade, não podendo por tal motivo se eximir dessa convocação.

Conseqüências para a família:

As exigências da profissão não ficam restritas à pessoa do militar, mas afetam, também, a vida familiar, a tal ponto que a condição do militar e a condição da sua família se tornam estreitamente ligadas:- a formação do patrimônio familiar é extremamente dificultada;- a educação dos filhos é prejudicada; - o exercício de atividades remuneradas por cônjuge do militar fica, praticamente, impedido; e- o núcleo familiar, não estabelece relações duradouras e permanentes na cidade em que reside, porque ali, normalmente, passará apenas três anos.

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