quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Carta aos Jovens

Gen Ref José Batista de Queiroz
Você, que hoje está iniciando a carreira das armas, certamente já ouviu muitas coisas sobre governos militares. Ouviu falar de ditadura, tortura, arbitrariedade. Só ouviu coisas ruins. Nunca falaram dos guerrilheiros, de suas atrocidades, de seus atentados. Nunca lhe contaram a verdade. Por isso, quero deixar pra você esta mensagem de 50 anos de caserna. Sou isento e equidistante de todas as paixões. Os extremos sempre me fizeram mal. Nasci e me criei no sertão mineiro. Lá estudei e trabalhei como camponês. Convivi com pessoas simples. No campo, a simplicidade é verdejante como relva nas veredas.
Um dia, ingressei no Exército, onde me ensinaram novamente as coisas do sertão e muitas outras. No Exército, senti-me como alguém que escala a montanha e descobre a planície. Na planície, a democracia e o comunismo travavam uma luta de vida e de morte. A gente estava entre o mar e o rochedo. Era uma realidade muito distante da de hoje.
Minha opção foi pela democracia, onde a liberdade tem a sua morada. Ela me recordava o passado. Tinha a magia dos campos, dos rios, das florestas. Tinha o cheiro da virtude e a beleza da oração. Era o útero materno da liberdade. Já o comunismo me dava a sensação de brutalidade, de escravidão, de truculência. Representava um mundo sem encanto, sem primavera. Mais parecia um deserto sem oásis, um mundo sem prece e sem Deus. Era a matriz da heresia e do profano..
Com o tempo, percebi que a democracia tinha suas falhas, suas injustiças, suas misérias. Neste mundo nada é perfeito. O que me parecia mais certo era corrigir os erros, melhorar a democracia, fazê-la produzir bons frutos. Substituí-la pelo comunismo seria o mesmo que trocar o vale pelo deserto, a esperança pela incerteza. Bani-la é abdicar da liberdade. A sua grande deficiência não está no conteúdo, mas nas pessoas que a fazem, nas instituições que a governam. O que ela precisa é de pessoas que lhe dão vida, energia e justiça.
No início dos anos 60, o sonho do comunismo alastrou-se pelo mundo, como as heras se alastram pelos muros. Muitos países acreditaram no canto da sereia. Muitos povos sentiram-se atraídos por miragens. Quem está à morte acredita até no milagre do diabo. O canto socialista ecoou como serenata aos ouvidos das democracias fragilizadas e moribundas. O Brasil era uma delas. Estava mórbido e enfraquecido. Suas Instituições tinham a solidez das cascas. Mais parecia uma árvore retorcida no cerrado, pronta a se entregar ao sopro do vento, do que um coqueiro ereto na praia, resistindo à ventania do mar. O comunismo usou o bem dourado da democracia – a liberdade – para infectar a sociedade e carunchar as instituições.
Ele nunca abre mão da liberdade quando está na oposição, mas sempre a excomunga quando está no poder. O comunismo rejeita o contraditório. Não aceita oposição nem pluralidade. Só aceita o partido único. Todos os países comunistas da época eram assim e agiam desta forma. Fidel Castro mandou executar milhares de dissidentes cubanos e Stalin milhões de cidadãos russos. O crime que cometeram as vítimas era opor-se ao regime.
No Brasil, o comunismo avançava a passos largos, ameaçando de escuridão a democracia e de morte a liberdade. Seus defensores sonhavam com a União Soviética, com a China, com Cuba e com todos os países onde a bandeira da liberdade tinha sido arriada para sempre. Seus ideais não eram os mesmos daqueles muitos brasileiros que deixaram o seu sangue e a sua vida em solo europeu na luta contra a tirania hitleriana.
Essa ameaça comunista às tradições de nosso povo gerou uma reação da sociedade. Todos foram às ruas de mãos dadas, contra o esmagamento da democracia no Brasil. Sem tiro e sem morte, o povo celebrou a vitória. Vitória do navio contra as ondas do mar, do barco contra o banzeiro dos rios...
Os solistas do comunismo ficaram tristes, frustrados e solitários. Era o fim de uma ameaça e o começo de uma luta. Luta em prol de homens livres, de uma sociedade aberta. O funeral da democracia foi interrompido pela vontade de um povo. Essa realidade também ocorreu em vários países.
Inconformados com a derrota, os radicais do comunismo iniciaram uma luta armada. Praticaram atos de violência, torturas, assaltos, assassinatos. Queriam o poder à custa de sangue. Diziam lutar pela restauração da democracia. Seus aliados e patrocinadores, porém, eram países comunistas, onde milhares de cidadãos foram executados. Seus líderes eram Stalin e Fidel Castro. Seu ideal era conquistar o poder e incinerar a liberdade.
A democracia brasileira se restabeleceu. A incerteza deu lugar à esperança. O Brasil amadureceu e nós brasileiros também. O trabalho de todos era construir uma democracia mais sólida, mais justa, mais inclusiva.
Em meados dos anos 80, o mundo assistiu à derrocada do comunismo. Seus tempos de energia tinham chegado ao fim. Não era mais capaz de atrair nem empolgar as massas com seus dogmas. A essência de sua doutrina desmoronou-se aos olhos do mundo. Não passava de um castelo de areia.
No Brasil, até mesmo os comunistas mais radicais retiraram esse nome de suas siglas partidárias. Os militares recolheram-se aos quartéis, dedicando-se inteiramente às atividades profissionais. A Constituição de 1988 restabeleceu a plenitude democrática e o Estado de Direito. Os comunistas abandonaram a sua ideologia ortodoxa. Muitos migraram para outros partidos.
Em 2002, a esquerda chegou ao poder. O povo brasileiro assistiu a essa mudança com a naturalidade de um país amadurecido, preocupado em dar mais vigor à democracia, em construir um futuro melhor.
Ao contrário do comunismo, a democracia admite a alternância, a pluralidade, o contraditório. Alguns adversários, porém, aproveitando-se do poder, fazem tudo para obstruir a conciliação. Com espírito revanchista, querem a todo custo reinterpretar a Lei da Anistia e colocar militares no banco dos réus. Não estão interessados no futuro, mas no passado. Sua obsessão não são os problemas de milhões de brasileiros, mas a punição de meia dúzia de pessoas. Por meio delas querem atingir as Forças Armadas e todos os militares. Seu ideal não é a conciliação, mas a vingança, própria dos ditadores e dos regimes autoritários.
É muito difícil conviver com essas pessoas. Hoje se julgam donos do poder, donos do Brasil. Um dia, porém, não estarão mais lá. A democracia nos dá o direito da livre escolha. Uma escolha sem fraudes, sem mutilações. É o que desejamos e o que esperamos. Ela nos dá também esperança. A mesma dos rios que sonham com o mar, a mesma do sol que espera o dia. Esperança e futuro são indissociáveis. Estão ligados entre si como a montanha à planície, como o oceano à terra, como a vida à morte. As Forças Armadas são como águas que nunca param de correr. São Instituições permanentes, imantadas de vida, de tradições, de amor ao Brasil. Elas se destinam à defesa da Pátria, dos poderes constitucionais. É o que reza a Constituição. Elas representam a alma de nossa gente. Jamais permitirão afronta à Soberania e quebra da Unidade Nacional. Não são vontades destoantes e revanchistas que irão ofuscar as instituições militares. Por mais que queiram, não conseguirão sobrepor seu desejo de vingança ao espírito conciliador do nosso povo. Os homens são árvores que morrem, são vidas que acabam, são dias que anoitecem. Não são como as Instituições, que têm vida própria.
A democracia é mais forte do que eles. Ela é um patrimônio do povo brasileiro. É o altar onde brilha a nossa liberdade. É o núcleo de nossa história, a pedra que enfrenta o tempo. É na democracia que depositamos a nossa fé e esperança. Ela é o caminho de nosso destino e o desejo de nossa gente.
A maior arma da democracia não é a espada, mas o amor que o povo tem à liberdade. Esta é como o vento suave que roça o mar, a terra e o céu. Aquela é como a chuva forte que alimenta os campos, os rios e as matas.
A única maneira de nos afastarmos de ditaduras é aperfeiçoando o desempenho da democracia e iluminando o sorriso da liberdade.
P.S. Fica autorizada e publicação da presente carta.

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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Valores, Deveres e Ética Militares

A profissão militar caracteriza-se por exigir do indivíduo inúmeros sacrifícios, inclusive o da própria vida em benefício da Pátria. Esta peculiaridade dos militares os conduz a valorizar certos princípios que lhes são imprescindíveis. Valores, Deveres e Ética Militares são conceitos indissociáveis, convergentes e que se complementam para a obtenção de objetivos individuais e institucionais.

A CARREIRA MILITAR

" A carreira militar não é uma atividade inespecífica e descartável, um simples emprego, uma ocupação, mas um ofício absorvente e exclusivista, que nos condiciona e autolimita até o fim. Ela não nos exige as horas de trabalho da lei, mas todas as horas da vida, nos impondo também nossos destinos. A farda não é uma veste, que se despe com facilidade e até com indiferença, mas uma outra pele, que adere à própria alma, irreversivelmente para sempre".



VALORES MILITARES

As Instituições Militares possuem referenciais fixos, fundamentos imutáveis e universais. São os valores militares. As manifestações essenciais dos valores militares são:

Esses valores influenciam, de forma consciente ou inconsciente, o comportamento e, em particular, a conduta pessoal de cada integrante da Instituição. A eficiência, a eficácia e mesmo a sobrevivência das Forças Armadas decorrem de um fervoroso culto a tais valores.


PATRIOTISMO



- Amar a Pátria e defender a sua:
. soberania;
. integridade territorial;
. unidade nacional;
. paz social.
- Cumprir, com vontade inabalável:
. o dever militar;
. o solene juramento de fidelidade à Pátria até com o "sacrifício da própria vida".
- Ter um ideal no coração:
"servir à Pátria".

" Brasil acima de tudo!"
(Lema da Bda Inf Pqdt)
CIVISMO
- Cultuar:
. os Símbolos Nacionas;
. os valores e tradições históricas;
. a História-Pátria, em especial a militar;
. os heróis nacionais e os chefes militares do passado.
- Exteriorizar esse sentimento: participando, com entusiasmo, das solenidades cívico-militares; comemorando as datas históricas; cultuando os nossos patronos e heróis; preservando a memória militar e, sempre que oportuno, fazendo apologia aos valores cívicos.
- Os militares devem constituir um importante fator para a disseminação do civismo no seio da sociedade brasileira.

"Recebo o sabre de Caxias como o próprio símbolo da honra militar"
(Compromisso do Cadete da AMAN)
FÉ NA MISSÃO DO EXÉRCITO
- Amar o Exército.
- Ter fé na sua nobre missão de:
. defender a Pátria;
. garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem;
. cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil; . participar de operações internacionais.

"O Exército do presente é o mesmo povo em armas do passado:
o braço forte que garante a soberania
a mão amiga que ampara nos momentos difíceis."
AMOR À PROFISSÃO
- "Vibrar" com as "coisas" do Exército Brasileiro.
- Exteriorizar esse valor, permanentemente, pelo(a):
. entusiasmo; . motivação profissional;
. dedicação integral ao serviço;
. trabalho por prazer;
. irretocável apresentação individual;
. consciência profissional;
. espírito de sacrifício;
. gosto pelo trabalho bem-feito;
. prática consciente dos deveres e da ética militares;
. satisfação do dever cumprido.

"Ser soldado é mais que profissão:é missão de grandeza!"
(Inscrição no pátio interno da AMAN)


ESPÍRITO DE CORPO
- É orgulhar-se:
. do Exército Brasileiro;
. da Organização Militar onde serve;
. da sua profissão;
. da sua arma ou especialidade;
. de seus companheiros.

- Deve ser entendido como um "orgulho coletivo", uma "vontade coletiva."

- O espírito de corpo reflete o grau de coesão da tropa e de camaradagem entre seus integrantes.

- Exteriorizar esse valor por meio de: canções militares, gritos de guerra e lemas evocativos; uso de distintivos e condecorações regulamentares; irretocável apresentação e, em especial, do culto aos valores e às tradições de sua Organização.


"Não pergunte se somos capazes, dê-nos a missão!"
(Exemplo de lema de um Pelotão)





APRIMORAMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL

- Um exército moderno, operacional e eficiente exige de seus integrantes, cada vez mais, uma elevada capacitação profissional.

- O militar, por iniciativa própria ou cumprindo programas institucionais, deve buscar seu continuado aprimoramento técnico-profissional.

- Esse aprimoramento é obtido mediante:
. grande dedicação pessoal nos cursos, estágios e instruções (vontade de aprender);
. estudos e leituras diárias sobre assuntos diversos de interesse profissional (auto-aperfeiçoamento);
. manutenção da capacitação física;
. empenho no exercício diário de sua função (desempenho funcional).


"Por mais que evoluam a arte da guerra, a tecnologia das armas e a sofisticação dos equipamentos, a eficácia de um exército dependerá, cada vez mais, de seus recursos humanos. Soldados adestrados, motivados e bem liderados continuarão sendo o fator decisivo para a vitória."




Há coisas na vida que foram feitas mais para serem sentidas do que explicadas.
Por exemplo: ser soldado.
Pode-se perguntar:
"Que tipo de estímulo o leva a entregar-se aos sacrifícios sem a contrapartida de maior recompensa senão sentir-se realizado com a missão bem comprida?
"Ou então:
"Que o leva a saltar de pára-quedas, escalar montanhas, embrenhar-se na selva e na caatinga, cruzar os pantanais, vadear os rios e atravessar os pampas, indo a toda parte que a Pátria lhe ordenar, sem reclamar de nada?"
Impossível responder. Afinal, ser soldado é um estado de espírito."
...Vale a pena ser soldado!
Vale a pena ser do Exército Brasileiro!" E ninguém tente entender! Melhor apenas sentir..."







DEVERES MILITARES


Os deveres militares emanam de um conjunto de vínculos morais e jurídicos que ligam o militar à Pátria e à Instituição. São deveres militares:







Existem os deveres moral e jurídico.
Dever moral é o que se caracteriza por ser voluntariamente assumido, havendo ou não imposição legal para o seu cumprimento.
Dever jurídico é o imposto por leis, regulamentos, normas, manuais, diretrizes, ordens, etc.


DEDICAÇÃO E FIDELIDADE À PÁTRIA



- Dedicar-se inteiramente ao serviço da Pátria.

- Defender a sua honra, integridade e instituições.

- Priorizar o interesse da Pátria sobre os interesses pessoais ou de grupos sociais.

- Exteriorizar esse sentimento demonstrando, em todas as situações:
. o orgulho de ser brasileiro;
. a fé no destino do país;
. o culto ao patriotismo e ao civismo.


"... heróis a lutar, por um Brasil maior, na paz como na guerra, honrando as tradições de nossa terra."
(canção da Academia Militar das Agulhas Negras)






RESPEITO AOS SÍMBOLOS NACIONAIS


Os Símbolos Nacionais são:

Bandeira Nacional

Hino Nacional

Armas Nacionais

Selo Nacional


- O respeito aos Símbolos Nacionais, em especial à Bandeira e ao Hino, é expressão básica de civismo e dever de todos os militares.

- O culto à Bandeira Nacional é exteriorizado, normalmente, mediante: honras e sinais de respeito a ela prestados nas solenidades; o tradicional cerimonial de Guarda-Bandeira; a sua posição de destaque nos desfiles; o seu hasteamento diário nas nossas Organizações Militares e, também, o modo de guardá-la quando não estiver em uso.

- O respeito ao Hino Nacional é traduzido: pelas honras que lhe são prestadas nas solenidades militares; pelo seu canto, com grande entusiasmo e também pela postura que o militar toma quando ouve os seus acordes.


"Salve símbolo augusto da paz! Tua nobre presença à lembrança A grandeza da Pátria nos traz".
(Hino à Bandeira)




PROBIDADE E LEALDADE


- Probidade, entendida como:
. integridade de caráter;
. honradez;
. honestidade;
. senso de justiça.

- Lealdade, traduzida pela:
. sinceridade;
. franqueza;
. culto à verdade;
. fidelidade aos compromissos;
. Ou seja: a intenção de não enganar seus superiores, pares ou subordinados.


"Os militares devem manter, seja no serviço ou fora dele, na ativa ou na inatividade, uma conduta ilibada, em todas as situações"
(Estatuto dos Militares)




DISCIPLINA E RESPEITO À HIERARQUIA


- Constituem a base institucional das Forças Armadas.

- Disciplina, entendida como:
. rigorosa obediência às leis, aos regulamentos, normas e disposições;
. correção de atitudes na vida pessoal e profissional;
. pronta obediência às ordens dos superiores;
. fiel cumprimento do dever.

- A disciplina deve ser consciente e não imposta.

- Hierarquia, traduzida como a ordenação da autoridade em diferentes níveis . É alicerçada:
. no culto à lealdade, à confiança e ao respeito entre chefes e subordinados;
. na compreensão recíproca de seus direitos e deveres;
. na liderança em todos os níveis.


"Cadete, ides comandar, aprendei a obedecer!"
(Inscrição no pátio interno da AMAN)




RIGOROSO CUMPRIMENTO DOS DEVERES E ORDENS


- Tem como fundamentos a disciplina e a hierarquia.

- É honrar o solene juramento de cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado.

Exemplo de rigor no cumprimento de uma ordem:


Diálogo em combate

Capitão para Tenente:
- O inimigo não pode transpor essa ponte à sua frente, caso contrário a missão do nosso Batalhão ficará comprometida.
Resista com seu Pelotão, na defesa desse ponto forte, por duas horas, pois é o tempo da nossa Companhia chegar em reforço.
A missão tem que ser cumprida a qualquer custo. Alguma dúvida ?
Tenente:
- Não senhor. Asseguro-lhe que a missão será cumprida.
Capitão:
- "Brasil!"
Tenente:
- "Acima de tudo!"




TRATO DO SUBORDINADO COM DIGNIDADE


- Trato do subordinado com bondade, dignidade, urbanidade, justiça e educação, sem comprometer a disciplina e a hierarquia .

- Incentivo ao exercício da liderança autêntica que privilegie a persuasão em lugar da coação e que seja conquistada não pelo paternalismo, mas pela competência profissional, aliada à firmeza de propósitos e à serenidade nas atitude.

- Importância do exemplo pessoal, do desprendimento e do respeito ao próximo, demonstrados pelos chefes em todos os escalões, como incentivo à prática de atitudes corretas por parte de cada um.

- Não confundir rigor com mau trato, nem bondade com "bom-mocismo".


"...tratar com afeição os irmãos de arma e com bondade os subordinados".
(Compromisso militar)





A vocação é a fonte de todas as virtudes militares".






ÉTICA MILITAR


É o conjunto de regras ou padrões que levam o militar a agir de acordo com o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe.
Ela impõe, a cada militar, conduta moral irrepreensível.






CONCEITUAÇÕES

Sentimento do dever – refere-se ao exercício, com autoridade e eficiência, das funções que lhe couberem em decorrência do cargo, ao cumprimento das leis, regulamentos e ordens e à dedicação integral ao serviço.
Honra Pessoal – refere-se à conduta como pessoa, à sua boa reputação e ao respeito de que é merecedor no seio da comunidade.
É o sentimento de dignidade própria, como o apreço e o respeito que o militar se torna merecedor perante seus superiores, pares e subordinados.
Pundonor Militar – refere-se ao indivíduo como militar e está intimamente relacionado à honra pessoal.
É o esforço do militar para pautar sua conduta como a de um profissional correto, em serviço ou fora dele.
O militar deve manter alto padrão de comportamento ético, que se refletirá no seu desempenho perante a Instituição a que serve e no grau de respeito que lhe é devido .
Decoro da Classe – refere-se aos valores moral e social da Instituição (Exército Brasileiro) e à sua imagem ante a sociedade.
Representa o conceito social dos militares.












I – Cultuar a verdade, a lealdade, a probidade e a responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal.

II – Exercer, com autoridade e eficiência, as funções que lhe couberem em decorrência do cargo.

III – Respeitar a dignidade da pessoa humana.

IV – Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades a que estiver subordinado.

V – Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados.

VI – Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico e, também, pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum.

VII – Dedicar-se integralmente ao cumprimento do dever.

VIII – Praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito de cooperação.

IX – Ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada.

X – Abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza.

XI – Cumprir seus deveres de cidadão.

XII – Proceder de maneira ilibada em todas as situações.

XIII – Observar as normas da boa educação.

XIV – Garantir assistência moral e material aos seus dependentes legais.

XV – Conduzir-se, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro militar.

XVI – Abster-se de fazer uso do grau hierárquico para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros.

XVII – Abster-se do uso das designações hierárquicas em atividades que venham a comprometer o bom nome das Forças Armadas; e

XVIII – Zelar pela observância dos preceitos da ética militar.
A violação dos Deveres, Valores e Ética Militares constitui, normalmente, crime ou transgressão disciplinar e é fator impeditivo para a concessão das condecorações da Ordem do Mérito Militar, Medalha Militar, Pacificador, Praça Mais Distinta e outras.





"Os povos que desdenham as virtudes e não se preparam para uma eficaz defesa do seu território, de seus direitos e de sua honra, expõem-se às investidas dos mais fortes e aos danos e humilhações conseqüentes da derrota".

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Dia do soldado

Nós somos da Pátria a guarda,

Fiéis soldados,

Por ela amados.

Nas cores de nossa farda

Rebrilha a glória,

Fulge a vitória.

Em nosso valor se encerra

Toda a esperança

Que um povo alcança.

Quando altiva for a Terra

Rebrilha a glória,

Fulge a vitória.

A paz queremos com fervor,

A guerra só nos causa dor.

Porém, se a Pátria amada

For um dia ultrajada

Lutaremos sem temor.


Como é sublime

Saber amar,

Com a alma adorar

A terra onde se nasce!

Amor febril

Pelo Brasil

No coração

Nosso que passe.

E quando a nação querida,

Frente ao inimigo,

Correr perigo,

Se dermos por ela a vida

Rebrilha a glória,

Fulge a vitória.


Assim ao Brasil faremos

Oferta igual

e amor filial.

E a ti, Pátria, salvaremos!

Rebrilha a glória,

Fulge a vitória.

A paz queremos com fervor...

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Guerreiros do Brasil













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Dia do soldado!!!













Comemora-se, nessa terça-feira, o Dia do SOLDADO.





Para o grosso da população deste país a data passa em branco. Por oitenta a noventa por cento dos Brasileiros seremos ignorados. A gente comum, aqueles que povoam as ruas desta nossa Nação, nem sabe que existimos. No máximo reconhecem um SOLDADO no Policial Militar que anda nas ruas. Por tal ignorância culpo um pouco as atividades das organizações militares (Comunicação Social) encarregadas de informar à população sobre as destinações de singulares patrícios que envergam farda.
Pessoa alistada no exército ou nas forças policiais estaduais - Militar sem graduação; PRAÇA. [Ver quadro Hierarquia Militar Brasileira] - Indivíduo que luta por uma ideologia, um ideal etc. (SOLDADO do socialismo); defensor; partidário. Aquele que serve a soldo; estipendiário; mercenário... Essas são algumas definições do substantivo SOLDADO (Dicionário Caldas Aulete).
Em função disso, o povo brasileiro, através dos formadores de opinião, optou por aceitar e utilizar apenas as menos importantes, as mais simplórias. Com o quê, obviamente, não concordo. Estou entre aqueles que não se envergonha de ser um SOLDADO. Tenho meus ideais e acredito no meu país. Não me afasto das coisas que, para mim, tenho como verdadeiras. Temos o destino de sermos uma grande Nação. Posso não concordar com o que tenha acontecido ou esteja acontecendo com as cabeças que dirigiram ou dirigem o Brasil. Na imperfeição do ser humano temos o direito de errar e a obrigação de acertar. Na escala social na qual estivermos localizados temos que fazer a nossa parte. Se tivermos condições de influir nas coisas que nos são destinadas, é nosso DEVER tentar influir. Se minhas palavras chegarem ao conhecimento de quem tem o PODER de mudar as coisas, que tais pessoas reflitam. O direito delas, enquanto, cidadãos, é igualzinho ao meu. Se eles são SOLDADOS da política, da administração correta, do direito, eu sou SOLDADO do militarismo.
Tenho meus ideais, repito, e deles não me afasto. Estamos aí. Pelo menos em tese fazemos parte de uma casta. Do mais moderno recruta ao mais antigos dos nossos oficiais-generais. A farda que nos veste não apenas dignifica o nosso corpo: nosso corpo também dignifica a farda. Somos cônscios do nosso papel e temos que fazer o que a nós toca. Já disse antes que, meninos ainda, fizemos um Juramento à Bandeira. A Bandeira é um Símbolo Nacional. Nessa categoria, ela representa o nosso país. Jurar à ela é jurar ao Brasil. Antes desse solene ato, somos cidadãos comuns. Depois dele, temos muito mais deveres do que direitos. Todos os militares prestam o Juramento. Isso nos coloca num universo à parte, torna-nos mais ligados num pensamento comum. É o que nos identifica como SOLDADOS.
Por pensar dessa maneira é que concito todos a uma reflexão na próxima terça-feira. Será que estamos fazendo mesmo o que o nosso País espera de nós? Estamos trabalhando com a verdadeira consciência do quê é que somos? Pensamentos mesquinhos que possam estar querendo povoar nossas cabeças encontram a resistência que se espera que exista numa pessoa de bem? Como é que estamos tratando aqueles que nos cercam, sabedores que são da nossa formação militar? Temos, sim, que seguir pensando continuamente sobre o quê a sociedade espera da gente. Devemos que estar, todos os dias, prontos para agir. E digo isso sem distinguir ativos de inativos. Fomos formados para uma finalidade. Que se mantém entranhada na nossa pele e está sempre latente. Afinal de contas, ser SOLDADO, no sentido completo do termo, não é para qualquer um. Ser SOLDADO é estado de espírito, é doação constante. Ser SOLDADO, para ser bastante sucinto, é ser SOLDADO.
Portanto, estaremos de parabéns na próxima terça-feira, assim como devemos estar nos parabenizando por todos os dias das nossas vidas. Orgulho-me de ser como todos Vocês.


Esta postagem pertence ao blogueiro Petrocchi, do Portal Militar.


Salve 25 de agosto. DIA DO SOLDADO!




Sábias as palavras de meu companheiro de farda, por isso sinto orgulho de colocá-las aqui.

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